03 fevereiro, 2006

Introdução ao Carnaval (Parte I)

"Now and Then", toda a gente se esconde atrás de uma máscara.
Uns mais do que outros, claro.
Há quem se esconda atrás de uma máscara de expressão feliz, para tentar ocultar uma realidade triste...
Há quem ponha uma máscara divertida, encobrindo falta de conhecimentos.
Pode haver também quem ponha uma máscara triste, para evidenciar carências que nem sempre as pessoas gostam de assumir...
A maior parte do tempo, as pessoas usam máscaras e trocam-nas tantas vezes quanto mudam de estado de espírito. Isso parte do facto de, em sociedade, as relações entre pessoas não suportarem por vezes uma realidade que incomoda. Quando perguntamos a alguém com quem não temos muita intimidade se está boa, normalmente não esperamos ouvir um não. E a pessoa, mesmo que esteja na real bosta, vai pôr uma cara simpática e sorridente, e responder convictamente que sim, que está boa. A relação entre estas duas pessoas não suportaria uma reacção diferente.
Já em relações mais íntimas, como entre amigos, namorados, família, as coisas não são bem assim, ou podem não ser assim. Quando fazemos uma pergunta daquele género, esperamos ouvir uma resposta sincera e embora nos possa incomodar a resposta, facilmente nos adaptamos. Isto, do lado de quem pergunta. Mas e do lado de quem responde? Pode não ser bem assim. É que as pessoas às vezes põem máscaras até com aqueles com quem deveriam ser mais abertas e sinceras. Para que estas não se preocupem, porque não querem partilhar sentimentos, para não incomodar, porque não vale a pena.
Será que é isto que ainda vai mantendo alguma sanidade nas relações entre as pessoas? Ou será que as coisas eram bem melhores se as pessoas não se escondessem atrás de máscaras, para ocultar o que verdadeiramente sentem?
Será que as pessoas têm de carregar certos fardos só para si?
Poderiam as relações ficar "entupidas" com excesso de informação e de partilha, assim como ficam as operadoras móveis na Passagem de Ano?
Acho que o primeiro passo é que todos reconheçamos aquilo que sentimos. E que partilhemos isso com alguém, nem que seja só uma pessoa, para além de nós próprios ou de Deus. Ter pelo menos uma relação em que nos sintamos tão à vontade para falar de tudo. Alguém com quem as máscaras caem todas e conseguimos ser, a todo o tempo, nós mesmos.

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