08 novembro, 2007

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

Adormecida numa espécie de ócio atento, um sono daqueles de quem tem preguiça mas sabe que tem de acordar e dá fé de tudo o que se passa à volta...
Aquela inconsciência consciente de quem sabe o que tem de fazer mas não o faz prepositadamente...
Uma inércia provocada por uma enorme vontade de manter tudo tal como está. Não pensar já, não fazer já, não decidir já... uma tentativa inútil de parar o relógio como se a atitude passiva fizesse com que o tempo não passe...
O tempo é incondicional. Não precisa de nada para acontecer, para passar e para recomeçar, e passar de novo. O tempo não pára e não precisa de condições para não-parar nem para parar, porque não o pode fazer.
Pensar que controlamos o tempo é uma ilusão... obviamente.
Posso pensar que adio decisões mas elas só são verdadeiramente tomadas quando o tempo chega. E o tempo chega sempre, inevitavelmente, incondicionalmente, incontrolavelmente, eternamente, ele chega. E chega sempre a tempo.

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